Ponte Nórdica no Ar 2020
O Instituto Cultural da Dinamarca e o Festival Ponte Nórdica com o apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura e Patrocínio da Falck, lançarão dia 30 de outubro a plataforma online exclusiva de cinema nórdico no Brasil: Ponte Nórdica no Ar – com filmes premiados em festivais internacionais como “Sangue Sámi”, e outros filmes nórdicos exclusivos para esta plataforma como “Irmãos” e “No Final das Contas”.
Durante dois meses, o público brasileiro poderá ter acesso, gratuitamente, a um catálogo de títulos produzidos na Islândia, Groenlândia, Dinamarca, Finlândia, Suécia e Noruega, que abordam importantes temas da atualidade como: direitos humanos e questões raciais em “Martha & Niki” , movimento feminista e mulheres na política com “Revolução da Pia da Cozinha”, diversidade de gênero, sexualidade e ativismo LGBTQI+ em “Tom of Finland”, culturas originárias e povos indígenas em ”Sumé – O Som da Revolução” e o meio-ambiente com “Conto do Lago”.
Ponte Nórdica no Ar destaca uma recorte curatorial especial dos maiores sucessos das edições presenciais do festival, assim como outras produções da região nórdica. A plataforma será o lar dos filmes nórdicos nas casas dos brasileiros pelo país inteiro – online, no ar e em todo lugar – disponível gratuitamente através de
“Esta é a nossa primeira iniciativa online. Estamos preparando o caminho para seguirmos apresentando novidades enquanto construímos a próxima edição do festival Ponte Nórdica para agosto 2021”, destaca a curadora Tatiana Groff.
Na seleção de inéditos em plataformas de streaming, o documentário “Irmãos”, de Aslaug Holm, acompanha o crescimento dos dois filhos da diretora durante oito anos e capta os detalhes de sua rotina, seus sonhos e frustrações mostrando a transição da infância a juventude. E na linha do comédia romântica, “No Final das Contas”, de May el-Toukhy, retrata a vida de um grupo de amigos que se encontram em diferentes celebrações e reavaliam sua posição sobre o verdadeiro amor. A dinamarquesa Trine Dyrholm tem grande atuação e venceu na categoria Melhor Atriz no Robert Festival na Dinamarca.
Reconhecido internacionalmente, “Sangue Sámi” oferece a chance dos cinéfilos conhecerem o povo Sámi, a etnia do extremo norte da Europa. O filme traz luz ao debate atual sobre os povos indígenas e suas lutas por identidade. Este foi o primeiro longa da cineasta Amanda Kernell e Lene Cecilia Sparrok recebeu prêmios de Melhor Atriz nos festivais de cinema de Seattle e de Tokyo. O filme foi premiado em outras categorias nos festivais de Berlin e Sundance.
Em “Tom of Finland”, o diretor Dome Karukoski constrói uma narrativa que se desenvolve a partir do icônico Tom, desenhista finlandês, que se tornou mundialmente conhecido por seus desenhos do homem sexy, viril e que nos anos 90 passou a simbolizar a luta mundial da epidemia da AIDS. O filme se tornou o emblema de gerações e acendeu as chamas do ativismo LGBTQI+. Outro título é “Revolução da Pia da Cozinha”, de Halla Kristín, que reforça a questão da igualdade de gênero que emerge com força no cenário político islandês. A partir do ativismo feminista, o documentário apresenta a criação da Aliança das Mulheres – um partido político formado por mulheres que se lança nas eleições de 1982.
Outro título disponível é “Sumé – O Som da Revolução”, de Inuk Silis Høgh que centra atenção na influência política do álbum de estreia da banda Sumé, em 1973 na Groenlândia. Este lançamento alcançou enorme popularidade no país e suas letras políticas protestavam contra a colonização dinamarquesa. O filme promoveu mudanças sociais de impacto nas relações políticas entre os dois países.
“Conto do Lago”, de Marko Röhr e Kim Saarniluoto é um documentário inspirado nos lagos finlandeses e nas antigas crenças mitológicas do país nórdico. A história é dividida em cinco partes e as diferentes épocas do ano acompanham cada uma delas.
Escolhido para compor a vitrine de estreia da plataforma, o premiadíssimo Rainha de Copas, de May el-Toukhy foi o maior sucesso do ano passado entre os países nórdicos. O segundo longa da cineasta traz Trine Dyrholm num papel de uma advogada confrontada com questões éticas e morais. Com uma atuação elogiada por críticos ao redor do mundo, Trine se consagrou como o principal nome feminino na indústria atual de cinema dinamarquês ganhando várias premiações.
“ Acreditamos que a arte e a cultura são fortes alavancas para se promover mudanças estruturais na sociedade, assim como mudanças pessoais em cada indivíduo. Nossos alicerces são baseados na diversidade”, observa a curadora.