V Seminário Internacional Mulheres do Audiovisual é realizado em São Paulo
Nos dias 15 e 16 de novembro aconteceu em São Paulo, no Instituto Moreira Salles, o V Seminário Internacional Mulheres do Audiovisual, que foi realizado pelo grupo Mais Mulheres de lideranças femininas do audiovisual brasileiro (como parte da curadoria brasileira), em parceria com o foco nórdico, que foi organizado por Tatiana Groff, curadora do Festival Ponte Nórdica. Ambas as curadorias trouxeram ao público brasileiro, por meio de cinco mesas de debate, as experiências de mulheres brasileiras e nórdicas, à frente de iniciativas públicas e privadas em suas áreas, com o objetivo de ampliar a diversidade e equidade de gênero na produção audiovisual no Brasil e no mundo.
Voltando ao formato presencial depois de dois anos, após as boas-vindas e abertura, o evento começou com o painel “Equidade de Gênero, Diversidade e Inclusão nas Políticas Públicas do Audiovisual”, onde a sueca Anna Serner contou à jornalista brasileira Ana Paula Souza, que é doutora em sociologia da cultura, suas experiências à frente do Swedish Film Institute e as políticas públicas rumo à inclusão implementadas por ela – Anna é advogada e durante 10 anos atuou como CEO no Swedish Film Institute, onde se destacou, principalmente, pela iniciativa 50/50, no qual os filmes suecos trabalharam sistematicamente com a igualdade de gênero, aumentando, dessa forma, a qualidade de todos os filmes produzidos no país – a iniciativa 50/50 foi alcançada em 2014 na Suécia e em 2016 foi estendida como um movimento global no Festival de Cannes.
Já o segundo painel do dia foi totalmente brasileiro: “Diversidade na prática – Movimentos de inclusão no mercado”, onde a produtora Erica de Freitas, que é idealizadora do Projeto Visionárias (um curso de produção executiva que oferece mentoria para novas produtoras e diretoras), e a atriz, roteirista, empreendedora e ativista Suzana Pires, que, dentre suas funções, é fundadora do Instituto Dona de Si (focado no empoderamento feminino), falaram sobre os desafios e ações para ter mais inclusão no mercado, em um painel mediado por Maria Gal, que é atriz, apresentadora, produtora e showrunner do programa Preto no Branco.
No segundo dia de evento, o painel de abertura teve como destaque a dinamarquesa Felicia Jackson, que chefia o festival audiovisual e de mídia da indústria nórdica, o THIS – NORDIC, e que dirige o festival de séries AARHUS Series – além de ter chefiado o Copenhagen TV Festival, entre outros. Nele, que contou com mediação da renomada produtora brasileira de filmes e séries Paula Cosenza, o tema abordado foi “Diversidade e Inovação nas Narrativas de Séries”, uma das especialidades de ambas.
E o quarto painel do evento – e segundo do dia 16 – foi composto pela produtora audiovisual Ylla Gomes e pela Professora e pesquisadora Alessandra Meleiro, que apresentaram e trouxeram ao debate os resultados do Mapeamento das Entidades Representativas do Setor Audiovisual no Brasil, um estudo valioso que visa apoiar e nortear ações da sociedade civil pelo audiovisual brasileiro tanto na busca de políticas públicas quanto para a defesa da área no setor empresarial.
Por fim, o último painel e um dos momentos mais fortes e impactantes desses dois dias com essas poderosas mulheres nórdicas e brasileiras foi o convite feito pela ONU Mulheres – em parceria com o Seminário Internacional Mulheres do Audiovisual – às produtoras para a segunda fase da implementação da carta-compromisso pela igualdade entre mulheres e homens no audiovisual – a primeira fase de implementação aconteceu durante o Encontro de Ideias Audiovisuais realizado na 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
Sobre esses dois dias de encontros e trocas, a curadora Tatiana Groff comentou: “Os encontros na 5ª edição do Seminário Internacional Mulheres do Audiovisual foi potente e icônico, tivemos a presença da sueca Anna Serner, mulher de grande relevância mundial quando se trata de políticas públicas voltadas à equidade de gênero, inclusão e qualificação e que trouxe em sua fala o impacto do trabalho de mais de uma década no mercado audiovisual sueco, do mesmo modo tivemos a presença potente de Felicia Jackson que trouxe o aprofundamento de narrativas de diversidades e empoderamentos femininos na produção de séries nórdicas e o que isso implica em impacto junto ao público e a indústria criativa aplicada globalmente em produtos de entretenimento”.
O V Seminário Internacional Mulheres do Audiovisual foi realizado no Instituto Moreira Salles em São Paulo pelo +Mulheres Lideranças do Audiovisual Brasileiro, pelo Instituto Cultural da Dinamarca e pelo Festival Ponte Nórdica e contou com patrocínio da Spcine e do Fundo Nórdico de Cultura e com apoio do Instituto Rouanet, do Instituto Dona de Si e das Embaixadas da Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia no Brasil.